
Atualmente
diante a realidade escolar que abrange a violência de alunos dentro de sala de
aula, a desvalorização do professor
dentre outros fatores, ser professor vem se tornando cada vez mais desafiador.
Muitos profissionais na educação vem sendo atingido pela exaustão, perda de
energia, esgotamento o que o faz ter uma baixa realização profissional. Mas o que fazer diante dessa realidade ? Baixo veremos uma matéria que retrata sobre o
problema.
“Uma pesquisa realizada pela psicóloga Nádia Maria
Beserra Leite, da Universidade de Brasília (UNB), com mais de oito mil
professores da educação básica da rede pública na região Centro-Oeste do Brasil
revelou que 15,7% dos entrevistados apresentam a síndrome de Burnout, que
reflete intenso sofrimento causado por estresse laboral crônico. “A enfermidade
acomete principalmente profissionais idealistas e com altas expectativas em
relação aos resultados do seu trabalho. Na impossibilidade de alcançá-los,
acabam decepcionados consigo mesmos e com a carreira”, explicou.
De acordo com Nádia, obter 15,7% num universo de
oito mil não é desprezível. Caso o índice seja o mesmo em todo o país, por
exemplo, então mais de 300 mil professores brasileiros convivem com a síndrome,
isso somente no ensino básico. Entre outras conseqüências, tal cenário levaria
a um sério comprometimento na educação de milhões de alunos.
Os dados foram revelados por meio de um
questionário aplicado no Sistema de Avaliação da Educação Básica, em 2003, mas
somente analisado em 2007. O questionário permite identificar a incidência dos
três sintomas que caracterizam a síndrome: exaustão emocional, baixa realização
profissional e despersonalização. Com relação ao primeiro sintoma, 29,8% dos
professores pesquisados apresentaram exaustão emocional em nível considerado
crítico. Quanto à baixa realização profissional, a incidência foi de 31,2%,
enquanto 14% evidenciaram altos níveis de despersonalização.
Em entrevista ao Jornal do Professor, a psicóloga
explica como os professores podem identificar a síndrome e o que devem fazer
para tratá-la.
1. O que é a síndrome
de Burnout? Como ela se diferencia do estresse?
Burnout
é um estado de sofrimento que acomete o trabalhador quando este sente que já
não consegue fazer frente aos estressores presentes no seu cotidiano de
trabalho. Diferentemente do estresse, que se caracteriza pela luta do organismo
no sentido de recobrar o equilíbrio físico e mental, a síndrome de Burnout
compreende a desistência dessa luta. Por isso se diz que Burnout é a síndrome
da desistência simbólica, pois embora não se ausente fisicamente do seu
trabalho, o profissional não consegue se envolver emocionalmente com o que faz.
2.
O que leva o professor a desenvolver a síndrome?
Burnout
é resultado de longa exposição aos estressores laborais crônicos, sendo mais
freqüente em profissões com altas demandas emocionais e que exigem interações
intensas, como é o caso, por exemplo, dos professores e dos profissionais de
saúde. No caso dos profissionais de saúde, as demandas emocionais estão ligadas
à compaixão, à onipotência de poder salvar vidas e à impotência por perdê-las.
Já no caso do professor, as demandas são de outra natureza; estão relacionadas
ao cuidado, à possibilidade ou não de se estabelecer um vínculo afetivo com o
aluno que favoreça o processo de aprendizagem e permita ao professor realizar
um bom trabalho.
Essas
demandas emocionais, no caso do docente, são inerentes a sua profissão, podendo
ser agravadas, por exemplo, por políticas educacionais que aumentem a
sobrecarga de trabalho sem a devida contrapartida, ou por condições inadequadas
de trabalho, ou pela presença de alunos particularmente difíceis (alunos
violentos, com grande déficit de aprendizagem) ou ainda pelo sentimento de
injustiça, de não reconhecimento do seu esforço e da importância do seu papel
na sociedade.
3.
Quais são os principais sintomas dessa síndrome?
Os
principais sintomas de Burnout são exaustão emocional, despersonalização e
sentimento de baixa realização profissional. A exaustão emocional é uma
sensação de perda de energia, de esgotamento, quando o profissional comumente
relata que, embora querendo, já não consegue mais se envolver emocionalmente
com o seu trabalho. Em decorrência dessa exaustão surgem dois mecanismos
reativos, a despersonalização, que é o desenvolvimento de atitudes negativas em
relação às pessoas destinatárias do trabalho (cliente, usuário) e o sentimento
de baixa realização profissional, ou seja, uma sensação de fracasso
profissional, de ineficácia.
4.
Quais cuidados os professores podem tomar para evitar a síndrome?
Em
tese, qualquer movimento no sentido de reduzir a vulnerabilidade do professor
aos estressores do seu cotidiano, particularmente aqueles relacionados com as
demandas emocionais, seria uma medida preventiva no sentido de minimizar as
possibilidades de o indivíduo vir a desenvolver Burnout. Dessa forma,
aplicam-se à prevenção de Burnout, todas as estratégias voltadas para ajudar o
indivíduo a lidar com o estresse. Por isso, o apoio dos pares e da direção da
organização é tão importante. A direção da escola tem papel fundamental no
sentido de minimizar problemas estruturais como, por exemplo, condições de
trabalho inadequadas. Com relação aos colegas, a troca de vivências e de
problemas comuns favorece a reorganização cognitiva no sentido de o trabalhador
rever suas expectativas e encontrar formas possíveis de lidar com suas frustrações,
e ideais inalcançáveis.
5.
Como os professores podem saber se estão com a síndrome ou não? Tem algum exame
específico? Eles devem procurar um psicólogo?
O
diagnóstico de Burnout pode ser feito por exame clínico, com profissional da
área de saúde (médico, psicólogo) que efetivamente conheça os sintomas da
síndrome, e por meio de instrumentos psicológicos elaborados especificamente
para fazer essa avaliação. É importante que em ambos os casos a avaliação seja
feita por profissional com formação adequada em relação ao fenômeno específico.
Entretanto, é admissível que o próprio professor, ao tomar conhecimento dos
sintomas de Burnout, identifique com razoável precisão que está vivendo esse
processo. Nesse caso, é recomendável que ele busque ajuda psicológica.
6.
Uma vez constatada a síndrome, o que os professores podem fazer para melhorar?
É
altamente desejável que o profissional com Burnout tenha acesso a atendimento
especializado, tanto médico quanto psicológico. Além disso, a participação da
direção da organização e dos colegas pode ajudar muito, tanto na prevenção
quanto na recuperação. Nos profissionais de saúde, medidas interessantes já vêm
ocorrendo: profissionais que trabalham, por exemplo, em UTIs, prontos socorros
e áreas mais críticas, por iniciativa própria ou por sugestão da instituição
onde trabalham, fazem reuniões periódicas (grupos de reflexão) em que discutem
suas angústias, suas limitações, buscam alternativas possíveis para os
problemas e se preparam psicologicamente para se alegrar com o sucesso (mesmo
que em pequena proporção) como forma de fazer frente ao insucesso freqüente.
Meu estudo demonstrou que esse suporte social no trabalho é um grande aliado na
redução dos níveis de Burnout.”
Alunos : Eva Julia da Silva Hercules Marinho 14112080504
Wessington B. C. de Carval 14212080140
Sara Wagner 14212080246
Muito interessante a imagem do fósforo queimado, esclarece bem o que é a síndrome: um esgotamentamento do profissional.
ResponderExcluirLiliane Carla da Silva - 13112080058